Aquela vontade de fugir... Aquela vontade de ficar... Vontade de curar a alma... A encruzilhada assusta e pressiona conforme a sua proximidade, e quanto mais eu ando mais longe me deixo pelo caminho.
Como quem olha uma cruz na estrada pela janela do carro que passa rápido e nos faz sentir lentos, mais lentos que o mais quente tempo. O tempo derrete aos poucos na minha mente. Mornas manhãs do passado brincam de esconde-esconde. E eu as escondo. Eu as escondo.
Sinto-me vazia e insossa como um fantasma e imóvel como um cadáver que, durante alguns segundos que se demoram como anos, depois de uma grande explosão, vê estourar o coração e assiste o resto queimar devagar...
E as lágrimas não querem deixar. As lágrimas... As lágrimas impedem a combustão de ser como deve. Não deixam o corpo consumir-se. Elas não nos deixam falir. Vertem um pouco de tristeza e alegria. E nos deixa lentos.
Busco o calor que me falta no Sol, que brilha e que queima e que se consome. Busco inspiração... busco pena... Ele nunca parará de queimar?
E a lua? Será fria como tu ou será apenas resignada? As estrelas, como lágrimas congeladas, de tanto lembrar-lhe do que quer esquecer, acabaram por congelar-la também.
Quem me dera que tu fosses a Lua! Então eu seria o seu Sol e te curaria de todos os teus males.
Quem me dera...
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