domingo, 27 de dezembro de 2009

C'est la vie mon cher

(Que caçada é essa, pergunto eu. Pra que tudo isso!?)

Um artista precisa de amor, sem isso o ar que respira apenas entra nos pulmões, o olhar fica triste e o seu gosto amargo.

O coração apenas bate e batendo cai em pranto, e no pranto turva a visão, e turva sua visão some o mundo, e ao sumir o mundo se está sozinho.

E sozinho não existe arte, e sem arte não existe amor.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

24 de maio de 2009

Cada batida desse coração machuca, cada suspiro me tira o ar.
É essa vontade de acabar com tudo.

Cada pessoa que eu queria que me salvasse já não se importa.
Cada minuto que passa vira o tempo.

É o primeiro dia, de tudo que não quero mais, é tudo que não tem mais vida, é tudo que não tem mais cor.

Uma realidade que não funciona, uma fantasia que machuca.
É essa vida, esse tempo que ou corre rápido demais, ou estica meu sofrimento.

Ah! É o tempo. Quem te arrasta anos sozinho, te joga alguém e depois ri, enquanto toma de volta. Tudo que você não tinha e não tem. Não tem. Não, tem.

O menino e o caranguejo

Sentado, com suas mãos de menininho
ele ficava a ver o mar,
toda noite fosse chuva,
fosse frio ou ao luar.

O caranguejo toda noite
na areia a passear,
olhava as luzes da cidade,
olhava a costa a ver o mar.

Numa noite sem sentido,
um sentado e o outro aflito,
eles tentaram se encostar.

Num desastre repentino,
o caranguejo e o menino
conseguiram se tocar.

Então o mar e a cidade,
com indícios de maldade,
conseguiram os afastar.

O caranguejo assustado,
com a cabeça fora d'água,
só o pior a imaginar.

E o menino na cidade,
preso a cama do seu quarto,
não podia nem sonhar.

Enfim num golpe do destino,
vendo as dores do menino,
a lua pôs-se a ajudar.

Usando a sua gravidade,
toda a água na cidade,
a lua conseguiu jogar.

Sem o medo da escolha,
entre o mar e o cimento,
e sem sentir algum tormento,
o caranguejo foi ajudar.

Mas a maior onda do mundo,
na janela do menino,
sem a piedade outrora vista
conseguiu antes chegar.

E era azar da criatura,
ver o amigo afogado,
onde tanto quis ...