quinta-feira, 22 de abril de 2010

Hector e Sr. Fox - Breve período de transição ou capítulo 6 (cont)

Como dizia, Vida e Alma eram as que mais estavam presentes na vida do Sr. Fox. Afinal eram suas irmãs.

Depois de muito tempo, Sr. Fox entendeu do que se tratava, imagina alguém que você está acostumado a ver todos os dias da sua vida. Com quem conversa, com quem confessa, em quem sabe que pode confiar. Era exatamente isso, Hector era um amigo, um irmão, um agregado na família.

Que mesmo sem o mesmo sangue, dividia as mesmas ideias. Mas porque isso tomava tanto espaço em sua cabeça? Era a segurança. A segurança de ter um amigo que sem ser da família, não se preocuparia tanto na integridade física ou moral, mas que por compartilhar dos mesmos valores tornava a conversa interessante e alentadora.

Pronto era isso, era a insegurança. Como um amigo de longa data era então trocado por uma modelo. Que assuntos deveriam ter em comum? Nenhum de fato.

Justamente por isso a conversa era tão interessante. Hector e S.h. podiam discutir horas a fio sem ao menos chegarem a alguma conclusão, sem nem mesmo saber de onde começaram ou pra onde estavam indo. Mas algumas coisas eles sabiam.

Hector por exemplo sabia que o sorriso escondido debaixo dos lábios da menina era sincero. E S.h. sabia que frente a ela se encontrava alguém de coragem indestrutível. Mas Hector sabia mais, sabia que a pele da amada era suave, que seus cabelos eram da mais perfeita linha de seda. Sabia que qualquer piada contada por ela poderia alegrar sua semana inteira, e que aquele olhar se contivesse uma lágrima, lhe cortaria a alma.

Enfim Hector e S.h. estavam se conhecendo, e foi no primeiro toque de mãos que uma coisa diferente aconteceu. Hector pela primeira vez na vida percebeu seu coração batendo, não que ele não pulsasse antes, mas era a primeira vez que ele batia. Parecia lhe estourar o peito, a respiração aumentava para dar conta da nova função.

Era toda a descarga de adrenalina que ele nunca havia sentido, era toda a segurança que ela nunca havia vivido. Era algo novo, era ****, ou algo parecido.

Voltando ao Sr. Fox, esse agora se enterrava em livros, em línguas diversas, essas conhecidas, desconhecidas e as nunca antes imaginadas. Ele estava em uma realidade paralela, mas extremamente consciente da vida real. O problema era que Sr. Fox não se conhecia. Era isso! Sr. Fox tinha então no amigo alguém com quem não precisava se conhecer, não precisava se mostrar, Hector olhava pro amigo e entendia. Foram criados desde sempre juntos oras.

Então Sr. Fox entendeu que pra poder seguir deveria adquirir confiança, saber quem era e o que lhe importava. Começa então a busca de si mesmo. Extremamente clichê, mas afinal, todo clichê tem um fundamento. É a exteriorização do pensamento comum à massa humana. Há sociedade, única dúvida.

Nenhum comentário: