segunda-feira, 28 de março de 2011

in the darkness comes, another, another

Ego: Calma, você precisa ir com mais calma, pegar mais leve.

Id: Oi?

Ego: Estou falando sério, você tem vivido com muita intensidade.

Id: Tá.

Ego: Você precisa viver tudo de um modo mais supérfluo, viver as experiências e as pessoas de um modo mais superficial. Isso mesmo, principalmente as pessoas. Não precisa viver tudo de um vida em meses, de semanas em dias, de dias em minutos. Isso te faz mal, te suga a alma.

Id: Mas não sinto nada agora.

Ego: Por isso. Por viver tão intensamente tudo. Uma hora se está em cima, outra embaixo com as frustrações e não realizações.

Id: Não, você não entendeu. Não sinto nada. Não é estar na fossa, é nada. Simples assim.

Ego: Hmmm, como assim?

Id: Sei lá, não estou triste nem alegre. Apenas estou. Entende?

Ego: Pera, você não está triste? Não estou entendendo.

Id: Como? É você, você tem que entender.

Ego: Mas eu não sei o que dizer, não faço ideia do que possa ser. Você vive tudo com tanta intensidade e de uma hora pra outra some todo e qualquer tipo de emoção? É demais até pra mim. Não consigo te ajudar, estou tentando. Mas você está bem em não sentir nada?

Id: Não sei, nem isso eu sei.

Superego: Mas de novo! Porra Ego, para de questionar. Id para de ser intenso, é simples, você condensou tanta emoção em tão pouco tempo que nosso corpo cansou, não consegue sentir nada. Mas pelo jeito o puto do Ego ainda consegue ter força pra questionar. Agora todos dormem.

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